Câncer de Lula estaria provocando divisão de opiniões nos bastidores do mais badalado hospital brasileiro

(Foto: Ricardo Stuckert - Instituto Lula)
Mistério no ar – Quando uma doença qualquer, grave ou não, atinge um político de destaque, a ordem é faturar ao máximo com o problema. E é exatamente isso que vem fazendo o ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que passa por tratamento contra um câncer na laringe. Atendido por renomados médicos no Hospital Sírio-Libanês, um dos mais caros do país e destino de nove entre dez celebridades enfermas, Lula tem se valido da sequência do tratamento para continuar na mídia, já que suas atividades políticas estão temporariamente suspensas.

Enquanto alguns médicos sustentam que é grande a chance de Lula da Silva se livrar do câncer na laringe, decorrente do tabagismo e do alcoolismo, outros profissionais da Medicina insistem na tese de que o ex-presidente dificilmente escapará de uma cirurgia, procedimento que de início foi descartado pelo próprio paciente. A decisão de Lula tem suas razões. A cirurgia para extirpar o tumor na laringe comprometeria uma de suas principais marcas. A voz rouca que nos tempos de oposição embalou muitas greves de metalúrgicos no Grande ABC, berço do sindicalismo nacional. Outro problema a ser considerado é que intervenções dessa natureza vez por outra exigem a retirada de parte da língua, o que prejudicaria ainda mais a fala do ex-presidente.

Enquanto a doença que acomete Lula é explorada politicamente por seu staff, a verdade sobre o assunto divide opiniões, inclusive nas coxias do Hospital Sírio-Libanês. Não oficialmente cometa-se que apenas parte da verdade tem sido divulgada, pois, como se sabe, está em jogo o projeto político de uma legenda que chegou ao poder central disposta a implantar uma ditadura civil.

De acordo com o que apurou a reportagem do ucho.info, nos dias em que Lula permanece em tratamento hospitalar, assim como nos subsequentes, a página do Sírio-Libanês na internet sofre seguidas tentativas de ataques patrocinados por hackers. Não se sabe se o objetivo da tentativa de invasão é para descobrir a verdade sobre a gravidade da doença que enfrenta o ex-metalúrgico, mas fato é que o assunto também estaria provocando intermináveis disputas internas no centro médico-hospitalar localizado na capital paulista.

Certo é que na seara política muitos são os interessados em saber a real gravidade da doença que tira o sono de Lula da Silva, mas a verdade dificilmente será revelada, pelo menos pro enquanto. Basta lembrar o mistério que recobriu os dias que antecederão a morte de Tancredo de Almeida Neves, que no outrora Colégio Eleitoral derrotou o eterno candidato Paulo Maluf na corrida ao Palácio do Planalto.

A reportagem do ucho.info conversou com um otorrinolaringologista e oncologista que, sob a condição de não ter o nome citado, disse que pelas informações recebidas o ex-presidente Lula dificilmente escapará de uma cirurgia, que no universo da Medicina é chamada de “laringectomia”. O nosso entrevistado explicou que existem três tipos de câncer de laringe: no órgão fibromuscular localizado na região da cabeça e pescoço, abaixo e acima.

Segundo o otorrinolaringologista, o câncer do presidente Lula está localizado na laringe supraglótica e uma intervenção cirúrgica é considerada inevitável, procedimento que é conhecido como laringectomia. Se a retirada da laringe for parcial, o ex-presidente teria a voz comprometida, como mencionado anteriormente. Se for total, Lula perderia a voz. Para o oncologista, que lembrou que a necessidade de cirurgia se deve ao alto nível de invasão do câncer de laringe, o ex-metalúrgico dificilmente continuará sendo o orador que foi até então.

Se Lula perder a voz, a saída encontrada para se comunicar será a chamada voz esofágica, que substitui a voz laríngea através do uso da via digestiva para produzir o som ou, então, com o uso de próteses fonatórias.

O entrevistado enalteceu a qualidade dos tratamentos disponibilizados pelo Hospital Sírio-Libanês, que em sua opinião são de última geração, não se furtou de dizer que fosse Lula um cidadão comum, a intervenção cirúrgica já teria ocorrido.