Pela metade – O governo federal decidiu investir pesado em operações de combate ao crack, droga barata e que se espalha como rastilho de pólvora pelo País. Nesta quarta-feira (7), a presidente Dilma Rousseff anunciou investimentos de R$ 4 bilhões em um conjunto de ações para enfrentar o consumo da droga, com medidas principalmente nas áreas de saúde e segurança pública.
Uma das medidas anunciadas durante cerimônia no Palácio do Planalto é a instalação de câmeras nos locais onde se concentram os usuários da droga – as chamadas cracolândias. “Com câmeras fixas nesses territórios, teremos imagens que permitirão a fiscalização e policiamento dessas áreas”, afirmou o ministro da Justiça, o petista José Eduardo Martins.
Cardozo destacou que as centrais de monitoramento também, que receberão as imagens captadas pelas câmeras, poderão evitar eventuais “desvios de conduta” das autoridades envolvidas no combate ao uso da droga. Um dos objetivos do programa, promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff, é manter um policiamento ostensivo nas regiões onde se concentram os usuários do crack, além da revitalização dessas áreas.
Com o slogan “Crack, é possível vencer”, as ações do plano de combate ao crack estão divididas em três eixos: atendimento aos dependentes e seus familiares, combate ao tráfico de drogas e prevenção. Estados e municípios também devem colaborar com a iniciativa da União.
“O crack para nós hoje, na saúde pública, tem a mesma dimensão desse desafio [de combate à Aids]. (…) Tecnicamente, estamos diante de uma epidemia do crack no país”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao explicar o aumento de número de casos de dependentes químicos e da distribuição da droga no País.
No rol de medidas anunciadas está a criação e implantação de 308 consultórios de rua em todo o País, nos próximos três anos. Tais unidades contarão com médicos, enfermeiras e psicólogos e atenderão os usuários de droga, com prioridade para a população de rua. Além disso, o plano prevê a criação de enfermarias especializadas nos hospitais que integram o Sistema Único de Saúde (SUS). O Ministério da Saúde, por sua vez, já trabalha no projeto de repasse de verbas federais para a criação de 2.462 leitos hospitalares, destinados a internações de curta duração decorrentes de crises de abstinência e de intoxicações graves.
Combater a escalada do crack é uma obrigação de todas as autoridades do País, mas qualquer ação nesse sentido tornar-se-á inócua se as fronteiras brasileiras continuarem servindo como porta de entrada para toneladas de drogas dos mais variados tipos. Muito tem se falado ao longo dos anos sobre a vulnerabilidade das fronteiras do País, mas nada foi feito até então para solucionar o problema. Enquanto isso, os dirigentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia comemoram, pois o tráfico de drogas e armas continua sendo a fonte de financiamento da organização terrorista.