Senadores ouvem explicações de Mario Negromonte sobre projeto de mobilidade urbana para Cuiabá

Pingos nos is – Ministro das Cidades, Mario Negromonte (PP-BA) participa nesta quinta-feira (8) de audiência pública no Senado Federal, onde negou que o ministério tenha adulterado parecer de obra de mobilidade urbana para a Copa de 2014 em Cuiabá. Dizendo “minha idade de mentir já passou. Se tiver qualquer Bíblia para fazer juramento, eu farei”, Negromonte declarou que “não passaria a mão na cabeça de ninguém” e que determinou a abertura de sindicância para apurar a denúncia.

Mário Negromonte chegou ao Ministério das Cidades com as bênçãos do governador Jaques Wagner, da Bahia, mas tirá-lo do cargo é o objetivo de um grupo do Partido Progressista que vem promovendo intifada silenciosa. Comandado pelos senadores Ciro Nogueira (PI) e Benedito de Lira (AL) a facção conta com o apoio incondicional do deputado federal Eduardo da Fonte (PE), seguido por Paulo Salim Maluf (SP) e Espiridião Amim (SC).

Acontece que o gueto de rebeldes do PP está apostando suas fichas em algo que pode acabar mal, pois há nas mãos da imprensa documentos sobre estripulias capazes de comprometer os anseios do grupo.

No caso do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá, a questão ainda não considerada é que o projeto, mais moderno e eficiente, é mais caro que o previsto anteriormente, por razões óbvias.

Para que o leitor compreenda as diferentes formas de interpretação (a realista e a maldosa), por ocasião da CPI dos Correios muito se falou sobre os contratos firmados pela estatal postal com as empresas aéreas de carga. Ao ser contratada para transportar cargas dos Correios, a companhia aérea precisa disponibilizar uma aeronave com total exclusividade, não podendo aceitar outros tipos de encomendas, que não as da contratante. Isso se deve a questões de logística e aos prazos de entrega das encomendas. Independentemente de a aeronave transportar, a pedido dos Correios, um trator ou um parafuso, o custo-base do serviço será sempre o mesmo, pois a contratante exige exclusividade. Durante a CPI alguns parlamentares tentaram induzir a erro os demais integrantes da Comissão, alegando que as companhias aéreas cobravam preços absurdos. Não se trata de inocentar um ou outro, mas de se criar um parâmetro para análises isentas.

Por mais que os rebeldes do PP trabalhem para apear o ministro do cargo, ainda não é certo que Mario Negromonte será substituído na reforma ministerial prometida para o início de 2012. Se isso acontecer, Negromonte certamente terá muito a falar.