Calça curta – Enquanto engrossavam as fileiras da oposição, nove entre dez petistas se intitulavam senhores da verdade suprema, donos da solução derradeira, oráculos do Senhor. Bastou a chegada de Luiz Inácio da Silva ao poder central para que o PT mandasse ao lixo o discurso pretérito e adotasse a tese de Paul Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazista, que certa feita afirmou que uma mentira repetida diversas vezes torna-se verdade.
Foi assim, na toada dessa afirmação dessa teoria esdrúxula de Goebbels, que Lula da Silva governou o Brasil durante longos oito anos. Nesse período, o ex-metalúrgico sempre disse desconhecer os escândalos de corrupção, a começar pelo “Mensalão do PT”, esquema criminoso de pagamento de mesadas em troca de apoio no Congresso Nacional.
Entre os tantos itens que deixou na herança maldita, Lula arrumou lugar de destaque à mitomania e à desfaçatez, algo que petistas ilustres incorporaram com facilidade ao cotidiano. Líder do governo na Câmara dos Deputados, o petista Cândido Vaccarezza (SP) disse nesta segunda-feira (19), após a última reunião de coordenação política de 2011, que o primeiro ano da presidente Dilma Rousseff no comando do País “não teve problema político” e que “a questão política [do governo Dilma] foi muito positiva”.
Se Vaccarezza acha que corrupção é algo normal e que nem de longe representa problema político, que ele explique o significado das demissões ocorridas na Esplanada dos Ministérios. Em 2011, sete ministros foram demitidos (os pedidos de demissão foram forjados), sendo seis por denúncias de irregularidades ou corrupção. Antonio Palocci Filho (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Pedro Novais (Turismo), Wagner Rossi (Agricultura), Orlando Silva (Esportes) e Carlos Lupi (Trabalho). O gaúcho Nelson Jobim deixou a pasta da Defesa depois de criticar colegas de ministério (Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti).
“Troca de ministro não é crise de governo, então não teve problema político. Problema político teve a oposição, mas esse é um problema da oposição”, disse Vaccarezza nesta segunda-feira. De fato o governo não teve problema político, pois o “Mensalão do PT” foi substituído, à época do escândalo, pelo loteamento do ministérios, onde em troca de apoio parlamentar os partidos fazem o que querem e como querem.
Participaram da última reunião de coordenação do ano os líderes do governo no Congresso e no Senado, José Pimentel e Romero Jucá, respectivamente, e os ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Miriam Belchior (Planejamento) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).