Tudo parado – O que normalmente é considerado impossível na seara política acabou acontecendo nesta terça-feira (20), em Brasília. Por causa do futebol, partidos de oposição ao governo se uniram aos da situação e adiaram a votação da Lei Geral da Copa, prevista para acontecer na Câmara dos Deputados.
A retirada de assinaturas, que comprometeu o quorum mínimo exigido e inviabilizou a votação, se deve ao fato de a FIFA querer responsabilizar a União por todo e qualquer incidente que ocorra durante o evento. “A União responderá integralmente, independentemente de culpa, pelos danos a bens ou pessoas, de qualquer natureza, inclusive de segurança, ainda que causados por quaisquer fatos da natureza, caso fortuito ou força maior”, explicita o texto que iria à votação na Câmara.
“A intenção do governo, da FIFA e de todos nós era votar o quanto o antes, mas só quando há condições políticas. Inclusive o governo está trabalhando no mesmo sentido da oposição, de não garantir integralmente o que a FIFA quer”, declarou o deputado federal Renan Filho (PMDB-AL), presidente da Comissão Especial criada para tratar da Lei Geral da Copa.
O relator da matéria, deputado Vicente Cândido (PT-SP), apresentou desde o início de dezembro três textos diferentes, entre os quais o que liberou a venda de bebidas alcoólicas nos estádios a partir de 2012, somente em camarotes. Em seguida, o petista mudou o texto para “qualquer lugar do estádio”. Diante da pressão das autoridades de segurança pública de todo o País, Vicente Cândido recuou e inseriu no texto a liberação de venda de bebidas alcoólicas nos estádios somente durante a Copa do Mundo de 2014.
O entrevero desta terça-feira em relação à Lei Geral da Copa tem na mira os ingressos para os idosos. O relator inseriu no texto a meia-entrada apenas para idosos, sob a alegação de que é preciso defender o Estatuto do Idoso. Agora, o relator mudou de ideia e colocou os idosos junto com os estudantes, que terão à disposição ingressos da chamada “cota social”, com ingressos a U$ 25 (R$ 45). Com isso, a aprovação da Lei Geral da Copa ficará para 2012.
O “estica e puxa” protagonizado por Vicente Cândido mostra a força nefasta dos envolvidos com a Copa do Mundo, a começar pela nada ortodoxa FIFA. Quando o ucho.info protestou contra a decisão de a Copa de 2014 ser realizada no Brasil, muitos foram os que disseram que torcíamos contra o País. O primeiro a usar essa bazófia foi o fanfarrão Lula, mas a prova do malefício veio à tona muito antes do previsto.