Missa encomendada – Quando o universo conspira a favor e o rolo compressor do Palácio do Planalto está à solta, qualquer coisa é possível. Depois de anunciar a aprovação do requerimento do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para que o ministro Fernando Pimentel explique por escrito as bisonhas consultorias que lhe renderam R$ 2 milhões, a Mesa Diretora do Senado informou que tudo não passou de um equívoco.
Primeiro-secretário do Senado, o tucano Cícero Lucena (PB) confundiu o questionamento a Pimentel com outro direcionado ao ministro Fernando Haddad, da Educacao, e por isso acabou anunciando que o requerimento apresentado pelo líder do PSDB fora aprovado. “O senador fez um equívoco. Na verdade, foi aprovado pedido de informações ao ministro da Educação, Fernando Haddad, sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, informou a assessoria.
O senador Alvaro Dias, que já havia comemorado a aprovação do requerimento e até concedido entrevistas sobre o tema, lamentou o erro e disse que o assunto ficará para o próximo ano. “Houve uma confusão na informação que passaram. O 1º secretário, que representa a Mesa, disse o requerimento do Fernando Pimentel tinha sido aprovado. Só que vai ficar para o ano que vem”, disse. Ele criticou a demora na aprovação do documento. “Perde muito tempo e vai esvaziando o assunto. Mas vamos retomar o tema em fevereiro”, declarou o líder do PSDB.
A presidente Dilma Rousseff tem acionado a base aliada para evitar a aprovação de qualquer requerimento ou convite para que o companheiro Fernando Pimentel dê explicações no Senado e na Câmara dos Deputados, mas quanto maior é o esforço para evitar o pior maior é a suspeita de que algo de errado existe por trás das consultorias prestadas pelo agora ministro.