Presidente do PPS, Roberto Freire afirma que fosso de desigualdades separa o Brasil do Reino Unido

Para inglês ver – Tão logo o ministro Guido Mantega, da Fazenda, anunciou que a economia brasileira ultrapassara a do Reino Unido, conquistando o sexto lugar do ranking internacional, o ucho.info alertou para o fato de que esse detalhe não significava que o Brasil estava em melhores condições do que os súditos da rainha Elizabeth. Na verdade, é monstruosa a distância que separa o Brasil do Reino Unido em termos de nação.

Para reforçar a tese defendida por este site, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP) afirmou, na terça-feira (28), que os dois países são separados por um “fosso de desigualdades”. “A distância entre o Reino Unido e o Brasil encontra-se no fosso social revelado nos nossos indicadores sociais, uma confirmação clara de que crescimento não é igual a desenvolvimento”, disse Roberto Freire, ao comentar a notícia de que o Brasil ultrapassou a economia daquele país e já ocupa a 6ª posição no ranking mundial.

“Se não houvesse milhões de senões nessa história, os ingleses estavam todos querendo se mudar para cá, pois se formos olhar só um lado da história fica o trocadilho de propaganda para inglês ver”. O PIB per capita da Inglaterra chega a US$ 40 mil, enquanto no Brasil mal passa de US$ 12 mil. O salário mínimo de lá é quatro vezes maior do que o do Brasil, completou o presidente do PPS.

Freire afirmou que Reino Unido está em 28º lugar no ranking do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da ONU (Organização das Nações Unidas), enquanto o Brasil está em 84º. “Esse dado fala mais alto que todos os outros, pois retrata as condições de vida precária da maioria da população, que vive sem saneamento básico, por exemplo”.

O parlamentar acrescenta ainda que, segundo dados do IBGE, o número de favelas no Brasil quase dobrou nos últimos dez anos. Atualmente, 11,4 milhões de brasileiros, o que corresponde a 6% da população, moram nessas regiões. “Somadas, as favelas do Brasil abrigam uma população equivalente a de Portugal, país que tem 10,7 milhões de habitantes”, ressalta Freire.

Com os números da última Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), Freire aponta a discrepância entre os índices de mortalidade infantil. Na Grã-Bretanha, são apenas 4,8 mortes para cada 1.000 nascimentos; No Brasil, que está na posição 106ª, o número chega a 29,1 por 1.000 nascidos.

Outro indicador citado por Freire foi a despesa com saúde. “Esse ponto é escandaloso, porque enquanto lá eles estão na 26ª posição investindo 2,992, dólares per capita, nós ficamos em 73º lugar, com um gasto de apenas 837 dólares per capita”.

Também na taxa de homicídios a comparação é desproporcional. No Reino Unido, de cada 100.000 pessoas, 4,8 são vítimas desse tipo de crime. No Brasil, são 22.