Algo estranho – Em qualquer governo sempre há assuntos sigilosos, muitos deles questões de Estado, mas alguns ganham rapidamente o viés do mistério. De férias desde o final de 2011, com o retorno ao trabalho previsto para a próxima segunda-feira (16), o ministro Guido Mantega, da Fazenda, interrompeu o descanso para uma reunião com a presidente Dilma Rousseff na quarta-feira (11), em Brasília.
De acordo com informações palacianas, nenhum assunto urgente motivou o encontro, mas Dilma e Mantega reuniram-se para discutir o cenário econômico. Ora, se urgência não existia, o encontro entre a chefe e seu comandado poderia ocorrer na próxima segunda-feira. Para provar que coisas estranhas rondam o Palácio do Planalto, o ministro decidiu antecipar sua volta à labuta. Nesta quinta-feira, Guido Mantega dará expediente em São Paulo.
Esse encontro “sem urgência” é reflexo da herança maldita deixada pelo ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que durante oito anos vendeu aos brasileiros e ao mundo uma bolha de virtuosismo que começa a estourar no colo da sua sucessora, a neopetista Dilma Vana Rousseff.
Meses após assumiu o poder central, em 2003, Lula lançou o discurso da herança maldita, como forma de transferir seus insucessos à frente do país ao tucano Fernando Henrique Cardoso, que antecedeu o ex-metalúrgico na presidência. Contudo, causa espécie o fato de nenhum petista, até agora, ter falado sobre a herança maldita. Como disse certa feita o próprio Lula, “nunca antes na história deste país”.