Fiesp anuncia corte de milhares empregos em dezembro e calcula crescimento medíocre da indústria

Dura realidade – Na mensagem de final de ano dirigida aos brasileiros, a presidente Dilma Vana Rousseff disse que 2012 será um ano de oportunidades e prosperidade. Por questões óbvias presidente não diria o contrário, mas é sabido que a realidade é bem distinta. Com a crise econômica na Europa ainda exigindo esforços de muitas nações, países como o Brasil não estão livres de enfrentar as consequências.

Como se isso fosse pouco, a resistência da inflação, que eclodiu no final da era Lula da Silva, tem levado as autoridades brasileiras a perderem o sono. No contraponto, enquanto o governo federal aposta no consumo interno para enfrentar as reticências do problema europeu, a inadimplência e as altas taxas de juro devem afastar os brasileiros das compras.

Para piorar o cenário, a indústria paulista fechou 35,5 mil postos de trabalho em dezembro. A análise isolada de um só mês do ano não pode ser tomado como parâmetro da realidade, alertou o diretor do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Francini. “Um único mês não conta grande coisa. Não dá pra extrair de um mês uma verdade. Em um conjunto de meses é possível extrair uma tendência”, declarou Francini durante a divulgação do “Nível de Emprego da Fiesp e Ciesp.

O detalhe mais preocupante é que a Fiesp acredita que em 2011, ano classificado como “melancólico”, o crescimento da indústria deve ter ficado na casa de 1%, o que segundo Paulo Francini é “medíocre”. De acordo com o diretor da entidade, “a entrada de produtos importados no Brasil persistiu durante todo o ano de 2011, expandindo o valor negativo de manufaturados na balança comercial de US$ 91 bilhões, contra saldo negativo anterior de US$ 71 bilhões”.

Em outras palavras, o verdadeiro cenário econômico atual, não o anunciado pelo Palácio do Planalto, deixa para depois o mar de rosas que Dilma profetizou antes da virada do ano.