Marcha lenta – Na próxima quarta-feira, 1º de fevereiro, o Congresso Nacional retoma as atividades parlamentares, após o prolongado (e bem remunerado) recesso de final de ano. Com direito a quinze salários anuais, dois meses de férias por ano, mordomias a rodo e carga horário de trabalho de no máximo três dias por semana, deputados e senadores retornam à labuta tendo assuntos polêmicos no cardápio de discussões. Entre eles está o projeto de lei que discorre sobre a divisão dos royalties do pré-sal, atualmente em tramitação no Senado Federal, mas que servirá como catapulta política para muitos parlamentares, a começar pelos que participarão das próximas eleições municipais. Para complicar, a disputa pelos royalties desembarcou no Supremo Tribunal Federal em dezembro passado.
Outro tema importante na pauta de 2012 é o projeto que trata do Fundo de Participação dos Estados (FPE). A queda de braços será brutal e intensa entre os representantes dos estados e o Palácio do Planalto
Há muito desconfiados em relação à política, os brasileiros que não se animem com a volta do Legislativo federal. Um dia após a reabertura dos trabalhos, deputados e senadores retornarão às respectivas bases eleitorais. Depois disso, esses felizardos que sempre prometem soluções para os problemas do Brasil, trabalharão apenas seis dias até o Carnaval. NA semana da folia momesca, o Congresso se transforma em uma espécie de cidade-fantasma. Até porque, deputados e senadores só voltarão ao trabalho em 28 de fevereiro.
Com um custo médio mensal de R$ 130 mil, deputados e senadores têm pela frente um ano eleitoral, o que sempre esvazia as atividades do Legislativo, além de ações e discursos serem propositadamente direcionados para as disputas políticas que acontecem nas urnas. Antes do período eleitoral há dois eventos que sempre paralisam os trabalhos no Congresso. As festas juninas, que abduzem os parlamentares da bancada do Nordeste, e o recesso do mês de julho. Traduzindo para o bom e velho idioma da nossa querida Terra de Macunaíma, 2012 é um ano perdido em termos políticos. O que facilitará a circulação do rolo compressor do Palácio do Planalto nos corredores do Congresso. Com a devida licença do folclórico ex-senador Mão Santa (PSC-PI), atentai bem, ó Brasil!