PPS pedirá ao ministro do Esporte documentos sobre consultoria de R$ 4,6 milhões para estatal extinta

Lupa na mão – O PPS anunciou que requisitará ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), a cópia de todos os documentos relativos ao contrato de R$ 4,65 milhões, sem licitação, firmado entre a Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Empresa Brasileira de Legado Esportivo Brasil 2016, estatal criada pelo governo para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e extinta antes mesmo de entrar em funcionamento.

De acordo com reportagem publicada na edição desta segunda-feira no jornal “O Estado de S. Paulo”, a FIA recebeu pagamentos do ministério até quatro meses depois ser decidido o encerramento da empresa governamental. Para o líder do PPS, deputado federal Rubens Bueno (PR), a operação configura, no mínimo, flagrante desperdício de dinheiro público.

No requerimento de informações que enviará ao ministério, Bueno requisitará as cópias integrais do contrato entre o governo federal e a FIA, além das íntegras dos relatórios e serviços prestados pela consultoria. “Quando a estatal foi criada, nós alertamos que era desperdício de dinheiro público. Não deu outra. Jogaram milhões num órgão para pouco depois extingui-lo. Para que serviu essa consultoria então? O ministério precisa explicar isso com mais detalhes, até porque esse governo é pródigo em consultorias suspeitas”, cobrou Rubens Bueno, relembrando casos que envolveram o ex-chefe da Casa Civil, o petista Antonio Palocci Filho, e o atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT).

Segundo a reportagem do jornal, a estatal jamais levou adiante obras ou serviços. “Na prática, produziu apenas um prejuízo contábil de R$ 109 mil, computado no balanço de atividades de 2010, referente aos jetons (remunerações extras por reuniões) pela participação dos conselheiros em encontros para definir o futuro da estatal”, destaca a matéria do Estadão. Entre os membros do conselho estavam a ministra Miriam Belchior (Planejamento) e o ex-ministro Orlando Silva (Esporte), que deixou o cargo após uma série de denúncias de corrupção na pasta.

O Ministério Público já afirmou que abrirá investigação no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o contrato de consultoria. Ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o procurador Marinus Marsico afirmou que a contratação foi “estranha e atípica”, havendo indícios de irregularidades. (Com informações da assessoria do PPS)