Covardia conhecida – Para justificar a decisão da presidente Dilma Rousseff de não falar sobre direitos humanos durante visita oficial a Cuba, a assessoria palaciana repetiu a desculpa utilizada por Luiz Inácio da Silva para, diante dos irmãos-ditadores Raúl e Fidel Castro, não comentar sobre a morte do dissidente Orlando Zapata Tamayo, em março de 2010. O secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo brasileiro não interfere em assuntos internos de outros países.
A fala de Gilberto Carvalho perde a eficiência por conta da crítica de Dilma Rousseff à prisão de Guantánamo, mantida pelos Estados Unidos na ilha caribenha. Em outras palavras, a mandatária brasileira encontrou em Havana brecha apenas para condenar a Casa Branca por violação dos direitos humanos, não importando a morte, por greve de fome, do dissidente Wilman Villar Mendoza, ocorrida em 20 de janeiro passado.
O absolutismo que os irmãos Castro impõem aos cubanos ultrapassa os limites da lógica e da razão. Com visto concedido pelo governo brasileiro, a blogueira Yoani Sánchez não conseguiu autorização do governo de Cuba para deixar o país. Uma das principais e mais ácidas vozes contra o regime da ilha, Yoani viria ao Brasil para participar do lançamento de um documentário do qual é uma das personagens centrais.
“Não há surpresas. Voltaram a me negar a permissão de saída. É a vez de número 19 em que me violam o direito de entrar e sair de meu país”, escreveu a blogueira cubana no Twitter.
