Imbróglio de estreia – O novo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP), que toma posse nesta segunda-feira (6), não é tão inocente quanto tentam fazer parecer alguns dos seus aduladores. Deputado federal eleito pela Paraíba, Aguinaldo ainda não estreou na Esplanada dos Ministérios, mas seu nome já está envolvido em confusões. Dono de quatro empresas, duas delas na área de comunicação, o ministro omitiu em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral. O que sob a ótica da legislação é motivo suficiente para a abertura de processo.
Sob a alegação de que na Receita Federal nada há de irregularidade em relação ao tema, Aguinaldo tenta escapar de uma artilharia que poderia lhe custar o cargo, caso o Brasil fosse um país minimamente sério e o governo da presidente Dilma ostentasse doses rasas de responsabilidade.
Antes de ser guindado de fato ao cargo, o novo ministro terá de dar explicações à presidente Dilma, pois duas emissoras de rádio no interior paraibano – Cariri AM e PB FM – estão no registradas em nome da AE Comunicações da Paraíba, cuja sede é no escritório político do parlamentar na capital João Pessoa, como informa na edição desta segunda a “Folha de S. Paulo”. Os sócios da empresa são dois funcionários do deputado, um contador e um assessor. Tão logo o nome de Aguinaldo Ribeiro foi confirmado para o Ministério das Cidades, o locutor de uma das rádios não se fez de rogado e disparou diante do microfone: “Isso aqui é rádio de ministro, rapaz!”
Sem nada ter feito até agora, desde que passou a ocupar a principal cadeira do Palácio do Planalto, Dilma, ao não abortar a nomeação de Aguinaldo Ribeiro, deixa claro que o Brasil é um país sem futuro, que funciona apenas e tão somente como palco para a politicagem barata. Como disse certa feita o então presidente Luiz Inácio da Silva, “nunca antes na história deste país”.
