Fracassa acordo do governo da BA com policiais grevistas, que anunciam o fim do Carnaval

(Foto: Alan Marques - Folhapress)
Destronando o Momo – Na manhã desta terça-feira (7), o governador Jaques Wagner, da Bahia, concedeu entrevista afirmando que a greve de policiais militares tinha grandes chances de terminar no final da tarde. A declaração do petista Wagner teve como base a interferência do cardeal de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que atuou como mediador.

Diferentemente do que anunciou Jaques Wagner, os grevistas, após reunião que durou mais de sete horas, não aceitaram as propostas do governo da Bahia. A informação foi confirmada pelo presidente do capítulo baiano da OAB, Saul Quadros, e pela Secretaria de Comunicação do Estado (Secom).

“As negociações foram interrompidas depois de 24h [desde o início na segunda-feira], não chegamos a evoluir. A mesma proposta apresentada agora foi a do início da manhã. Lamentavelmente não chegamos a uma negociação”, disse o advogado Saul Quadros.

De acordo coma Secom, os representantes dos policiais militares apresentaram contrapropostas, que será levadas para a análise do governador, que insiste em não conceder anistia aos grevistas que cometeram transgressões.

O fracasso da reunião de negociação foi marcado por questões financeiras, mas há avanços em relação a outros pleitos dos militares, informou o presidente da OAB-BA. “Houve flexibilidade no que diz respeito à anistia para aqueles que participaram do movimento, não aqueles que agrediram a sociedade civil, que queimaram ônibus, aí o governo do estado não abre mão e também por parte da polícia militar também eles concordam com isso”, informou Quadros.

De acordo com Saul Quadros, os grevistas que participaram do evento, mas não praticaram qualquer ato de vandalismo, não seriam punidas, conforme acordado na reunião. “Não haveria nem inquérito instaurado contra eles”, disse.

Diante da falta de entendimento entre os representantes dos grevistas e do governo estadual, policiais militares e manifestantes que estão em frente à Assembleia Legislativa começaram a entoar o coro “Ô, ô, ô, o carnaval acabou”. No contraponto, o governador Jaques Wagner afirmou que garante a realização do Carnaval, que começa no próximo dia 14 de fevereiro. De acordo com o governador, 20 mil policiais serão mobilizados para o evento.

As declarações de Jaques Wagner em relação ao Carnaval se fazem necessárias, pois o turismo local já registra 10% de cancelamento nas reservas de hotéis de Salvador e voos para a capital da terra de todos os santos. No caso de grevistas e governo não chegarem a um acordo nas próximas horas, o número de cancelamentos deve disparar, o que seria um desastre para a economia soteropolitana.