Quem te viu… – O silêncio do PT diante da greve de policiais militares da Bahia já era esperado. A missão de enfrentar a opinião pública ficou a cargo do governador Jaques Wagner, a quem compete dar as devidas explicações sobre o caos que se instalou na terra de todos os santos.
O acanhamento petista, que não aconteceu por ocasião da reintegração de posse de área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), se deve ao fato de que ilustres petistas patrocinaram greve da mesma PM baiana em 2001. É o caso do próprio Jaques Wagner.
Além do governador baiano, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva patrocinou e incentivou a greve dos policiais militares da Bahia, em 2001. Na ocasião, Lula, que engrossava o estridente discurso oposicionista, acusou o então governador baiano César Borges de ter incitado a violência, saques e arrastões durante a greve da PM para, de acordo com o ex-metalúrgico, enfraquecer o movimento grevista.
Durante a Caravana da Agricultura Familiar, realizada em julho de 2001 na cidade gaúcha de Santa Maria, Lula disparou contra o Palácio de Ondina, sede do Executivo baiano. “Acho que, no caso da Bahia, o próprio governo articulou os chamados arrastões para criar pânico na sociedade. O que o governo tentou vender? A impressão que passava era a de que, se não houvesse policial na rua, todo baiano era bandido. Não é verdade. Os arrastões na Bahia me lembraram os que ocorreram no Rio em 92, quando a Benedita [da Silva, petista e atual vice-governadora do Rio] foi para o segundo turno [nas eleições para a prefeitura]. Você percebeu que, na época, terminaram as eleições e, com isso, acabaram os arrastões?”, disse o agora situacionista Lula da Silva.
Sobre o direito de greve dos servidores públicos, matéria que aguarda aprovação por parte do Congresso Nacional há mais de duas décadas, Lula defendeu a tese de que todo trabalhador tem o direito de cruzar os braços. “A PM pode fazer greve. Minha tese é que todas as categorias de trabalhadores que são consideradas atividades essenciais só podem ser proibidas de fazer greve se tiverem também salário essencial. Se considero a atividade essencial, mas pago salário mixo, esse cidadão tem direito a fazer greve. Na Suécia, até o Exército pode fazer greve fora da época de guerra”, declarou Luiz Inácio.
É sabido que a incompetência de Lula leva a discursos vazios e oportunistas, mas o ucho.info quer saber se o ex-presidente continua agarrado ao discurso de então ou mais uma vez jogará a coerência na vala do descarte. Como bem disse o próprio Lula, para alfinetar sues adversários políticos, “nunca antes na história deste país”.