Ministério Público quer apurar eventual participação de deputados na greve dos PMs da Bahia

Inventando moda – Enquanto os governos estaduais empurram como podem a questão do aumento salarial dos agentes da segurança pública, o Ministério Público Federal (MPF) está preocupado em investigar a participação indireta de parlamentares na greve dos policiais militares da Bahia, movimento que se alastrou para outros pontos do País, como o Rio de Janeiro.

Procurador-geral da República, Roberto Gurgel requisitou nesta sexta-feira (10) ao governador da Bahia, Jaques Wagner, cópias das gravações das conversas entre os líderes do movimento grevista da PM local. De acordo com o MPF, as conversas telefônicas fazem referências a condutas praticadas por deputados federais, que têm foro privilegiado. A possível participação de parlamentares na greve será investigada.

As gravações mostram, por exemplo, que o ex-governador do Rio de Janeiro e deputado federal Anthony Garotinho (PR) conversou por telefone com o cabo Benvenuto Daciollo, do Corpo de Bombeiros, líder do movimento no Rio de Janeiro. Daciollo também conversou por telefone com o deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PDT-SP), ocasião em que fez uma mera consulta. Um simples telefonema dado pelo cabo Daciollo a um parlamentar não significa a participação do mesmo no movimento.

O contato, diga-se de passagem, se deu apenas pelo fato de alguns parlamentares terem encampado, em 2010, o movimento que tomou conta do Congresso Nacional pela aprovação da PEC 300, que cria um piso salarial nacional para policiais civis, militares e bombeiros de todo o País.