Planalto ignora a herança maldita de Lula e se preocupa em controlar a inflação, não em combatê-la

Fantasma invencível – O messianismo que recheou a era Lula continua na rota do desmoronamento, mas o Palácio do Planalto prefere ignorar a amaldiçoada herança deixada pelo ex-metalúrgico. Para isso, os palacianos passaram a adotar a meta de inflação, fixada pelo Banco Central em 4,5% ao ano, como patamar da normalidade. No passado, quando o PT engrossava a estridente oposição, qualquer ponto percentual de inflação era motivo para protestos.

Consultados pelo Banco Central, analistas do mercado financeiro mantiveram a estimativa de inflação para o este ano e para 2013. A previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,29%, este ano, e em 5%, em 2013. As projeções estão acima do centro da meta de inflação – 4,5% –, mas dentro do limite superior de 6,5%.

Para a taxa básica de juro, a Selic, usada pelo Banco Central (BC) como instrumento para controlar a inflação, as apostas para 2012 continuam em 9,5% ao ano, índice que perdura há nove semanas. Para 2013, a projeção para a Selic passou de 10,75% para 10,5% ao ano.

Outra estimativa dos analistas é para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que permanece em 5,21%, este ano, e foi ajustada de 4,8% para 4,83%, em 2013.

A expectativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou de 4,98% para 4,86%, este ano, e de 4,9% para 4,97%, em 2013. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a projeção foi alterada de 4,91% para 4,78% em 2012 e de 4,95% para 5%, no próximo ano. A estimativa dos analistas para os preços administrados foi mantida em 4%, este ano, e em 4,5%, em 2013.

Entre as previsões dos analistas, os números estatísticos e a dura realidade enfrentada pelos brasileiros no cotidiano há uma assustadora diferença. Mesmo com a queda da Selic, as taxas de juro pagas pelo consumidor há muito ultrapassaram as raias do absurdo, mas o governo prefere fechar os olhos para o óbvio, pois os banqueiros, os que mais lucram com esse cenário de canibalismo financeiro, despejaram muito dinheiro na primeira vitória de Lula em eleições presidenciais. E na política, assim como na física, a toda ação corresponde uma reação. Ou seja, dá-se com uma mão, recebe-se com duas.