Armadilhas pelo caminho – Beira a utopia a incoerência que reina na política brasileira. Prefeito da maior cidade do País, São Paulo, Gilberto Kassab quer a qualquer custo conquistar aliança política que garanta ao PSD, partido criado recentemente a partir de dissidência do Democratas, visibilidade política para as eleições de 2014, quando estará em jogo o governo paulista.
Há muito se atirando no colo do Partido dos Trabalhadores, operação que tem o ex-presidente Luiz Inácio da Silva como Don Juan petista, Kassab continua sendo flertado pelo PSDB do governador Geraldo Alckmin. Enquanto nada se define, Lula aposta em uma aproximação com o PSD do alcaide paulistano, como estratégia para turbinar a candidatura do desconhecido Fernando Haddad, petista que como ministro da Educação foi uma ode ao fracasso.
Lula e Kassab continuam articulando reservadamente, mas nos bastidores petistas a rejeição ao prefeito da capital dos paulistas é notória e cada vez maior. Como se não bastasse essa resistência de muitos petistas ao presidente nacional do PSD, começando pela ex-prefeita e senadora Marta Suplicy, o PT, nas eleições municipais de 2004, tentou encomendar, sem sucesso, um dossiê contra Gilberto Kassab. À época, o objetivo era trazer à tona a verdade sobre um escândalo que marcou a CPI dos Combustíveis, que tramitou de forma bisonha na Câmara dos Deputados.
Há quem diga que Kassab é notadamente rápido em termos políticos, mas o PT, pelo que se sabe, não é um convento de madres carmelitas.
