Enxurrada de crimes em muitas cidades brasileiras coloca em risco a segurança da Copa de 2014

Faroeste tropical – Mantendo o foco nas questões da segurança pública, duas das principais cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, São Paulo e Rio de Janeiro, têm dado mostras inequívocas de que sediar o evento de tamanha proporção será uma espécie de roleta-russa da administração pública, pois é grande a chance de a munição ser detonada.

Faltando algumas horas para o início do período carnavalesco, que deixa o País estagnado durante pelo menos cinco dias, a cidade de São Paulo foi alvo de mais um arrastão. Um grupo de marginais, que contou com a participação de um garoto de dez anos, invadiu um restaurante na Zona Sul da capital paulista e roubou o dinheiro do caixa e todos os pertences dos clientes que estavam no local (documentos, dinheiro, jóias, celulares e cartões de crédito). Como sempre acontece nessa modalidade de crime, ninguém foi preso.

Para provar a fragilidade da segurança pública em São Paulo, 33 presos fugiram da cadeia de Itararé, a 350 km da capital, enquanto a polícia se dedicava à segurança dos blocos que desfilavam na cidade do interior paulista. Os presos renderam o carcereiro, estouraram os cadeados e saíram pela porta da frente da unidade prisional

No Rio de Janeiro, na madrugada da última segunda-feira (20), um tiroteio no morro do São Carlos, vizinho ao sambódromo da Avenida Marquês de Sapucaí, terminou com um saldo nada animador: quatro pessoas feridas e um jovem de 14 anos morto.

Para completar a ópera bufa em que se transformou o principal cartão postal brasileiro, traficantes da mesma favela tentaram assaltar integrantes da escola de samba Porto da Pedra, quando os foliões deixavam o sambódromo carioca. Sob intensa troca de tiros entre bandidos e seguranças, os assustados os integrantes da escola abandonaram os carros alegóricos após a dispersão.

Não é difícil imaginar o que acontecerá quando turistas desavisados e endinheirados começarem a circular em ambas as cidades. Sempre assustados com a violência, os cariocas continuam aguardando o eficaz sistema de segurança que o então presidente Luiz Inácio da Silva prometeu em meados de 2007, dias antes da abertura oficial dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Já os paulistanos se esforçam para compreender as estatísticas da segurança pública que o governador Geraldo Alckmin faz tanta questão de gazetear.