Planalto criticou ação no Pinheirinho, mas poupa os petistas Tião e Jorge Viana no caso da inundação no Acre

Debaixo d’água – Noventa e nove em cada cem petistas não reconhecem a incompetência dos companheiros de partido e as mazelas da legenda. Tudo porque a partir de 2003, com a chegada de Luiz Inácio da Silva ao Palácio do Planalto, o Brasil foi inundado por uma enxurrada de falsos Messias.

Por conta desse detalhe, os petistas passaram a criticar os erros dos adversários políticos, não importando a instância, enquanto os tropeços da “companheirada” passaram a ser abafados com ajuda oficial.

Quando a Polícia Militar paulista cumpriu ordem judicial e garantiu a reintegração de posse de área conhecida como Pinheirinho, em São José dos Campos, cidade a 94 km da capital, uma legião de palacianos criticaram a operação e falaram em direitos humanos. Isso se deu porque para os caciques petistas as decisões do Judiciário podem ser desrespeitadas a esmo.

Muito estranhamente, os mesmos palacianos adotaram um estranho silêncio no caso da enchente que atinge o Acre, estado localizado na porção sudoeste da Região Norte. De acordo com dados da Defesa Civil estadual, já são mais de 65 mil os desabrigados por conta da cheia do Rio Acre. Apenas na capital, Rio Branco, o número de desabrigados já passa de 12 mil. Além da capital, várias cidades estão alagadas: Porto Acre, Santa Rosa, Rio Branco, Assis Brasil, Manoel Urbano e Sena Madureira.

Para quem não se recorda, o petista Jorge Viana, agora senador, governou o Acre por dois mandatos consecutivos, de janeiro de 1999 a janeiro de 2007. Antes disso, de 1º de janeiro de 1993 a 1º de janeiro de 1997, Jorge Viana esteve à frente da prefeitura de Rio Branco. Como se não bastasse, o irmão de Jorge Viana, o ex-senador Tião Viana, também petista, foi eleito em 2010 para governar o Acre até dezembro de 2014. Verdadeiros donos do poder local, os irmãos Viana nada fizeram para eliminar um dos maiores problemas do estado, que causa tantos transtornos e prejuízos aos acreanos.

O Palácio do Planalto não poupou o governo do tucano Geraldo Alckmin de críticas por causa do resultado da ação no Pinheirinho, mas tem evitado comentários sobre a irresponsabilidade administrativa dos irmãos Viana, que destruiu diversas cidades do Acre e aniquilou o sonho de dezenas de milhares de acreanos. Ao que parece, para os palacianos a incompetência de “companheiros” está longe de ser um atentado contra os direitos humanos.