Vida mansa – Na iniciativa privada, depois do feriado prolongado de Carnaval, os trabalhadores retomaram o trabalho ao meio-dia da quarta-feira de Cinzas. Com raras exceções, alguns sortudos conseguiram enforcar a semana, estendendo o ócio até o próximo domingo (26), o que faz com que o ano só comece de fato com dois meses de atraso.
Para provar que o Brasil é um país sem qualquer tipo de problema, deputados e senadores, que mensalmente custam R$ 130 mil ao contribuinte, ainda não voltaram ao trabalho, o que deve acontecer somente na próxima terça-feira (28).
Na quinta-feira (23), um dia após o fim oficial do feriado de Carnaval, apenas 32 parlamentares bateram o ponto no Congresso Nacional. Dos 81 senadores, apenas nove retomaram a labuta. Na Câmara, 23 deputados federais compareceram ao trabalho, mas nada fizeram. Para quem gosta de números, apenas 5,39% dos parlamentares deram o ar da graça na capital federal. Mesmo assim, o Senado e a Câmara dos Deputados levaram ao ar as atividades dos parlamentares, cuja transmissão custa aproximadamente R$ 300 mil cada.
Nesses dias de folia momesca, o Brasil seguiu seu rumo sem que a ausência de deputados e senadores em Brasília fosse sentida. É aquela velha teoria que reina na iniciativa privada e garante que um empregado que falta ao trabalho corre o risco de ter a sua inocuidade descoberta pelo patrão. Acontece que esses doutos representantes do povo têm o emprego e o salário garantidos pelo período do mandato. E há quem queira falar em ficha limpa. Enfim…