Operação da PF prende Carlinhos Cachoeira, acusado em 2004 de pagar propina a Waldomiro Diniz

Sol quadrado – Entre as trinta e cinco prisões efetuadas pela Polícia Federal nesta quarta-feira (29), na Operação Monte Carlo, para desarticular uma quadrilha ligada a caça-níqueis, está a do empresário da jogatina Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de pagar propina a Waldomiro Diniz, assessor da Casa Civil no primeiro governo de Luiz Inácio da Silva. O escândalo envolvendo Waldomiro foi revelado em 2004. Escolhido a dedo por ninguém menos que José Dirceu, Waldomiro Diniz dividiu um apartamento com o petista no passado.

Preso na madrugada desta quarta-feira em Goiânia, Carlinhos Cachoeira é acusado de ser o chefe da quadrilha. Seu advogado, Ricardo Sayeg, informou que só falará sobre o caso após obter informações sobre a investigação policial.

Os 47 mandados de prisão vinculados à Operação Monte Carlo foram expedidos para serem cumpridos em quatro estados, além do Distrito Federal: Goiás, Espírito Santo, Tocantins e Rio de Janeiro. Do total de mandados, 37 são relativos à busca e apreensão e 10 referem-se a condução coercitiva dos acusados

De acordo com a Polícia Federal, o esquema criminoso de casas de jogos com caça-níqueis funcionava há 17 anos, sob a chefia de Carlinhos Cachoeira. A superintendência da PF no Distrito Federal informou que o grupo que explorava jogos ilegais era integrado por 80 pessoas, sendo 40 agentes públicos (policiais civis, militares e servidores da Justiça) e 40 civis. Contudo, a PF não encontrou durante as investigações provas para embasar o pedido de prisão preventiva de todos os envolvidos, mas apenas de 35.

Durante a Operação Monte Carlo foram apreendidas 200 máquinas caça-níqueis, documentos, computadores e dinheiro, cujo montante não foi revelado.

O esquema controlava quatro casas de jogos na cidade de Valparaíso (GO) e duas em Goiânia. Em uma delas, segundo a PF, o faturamento líquido nos últimos seis meses foi de R$ 3 milhões.

Problema pretérito

Em janeiro de 2011, a Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal no DF contra Waldomiro Diniz e outras sete pessoas, entre as quais Carlinhos Cachoeira, acusadas de tráfico de influência e corrupção durante negociações para renovação do contrato entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e a empresa multinacional de processamento de loterias GTech, em 2003.