Derrota de Dilma no Senado Federal mostra o fracasso de um governo refém do fisiologismo político

Dois lados – A presidente Dilma Rousseff foi à Alemanha para criticar o tsunami monetário decorrente da crise que afeta a União Europeia, mas no Brasil foi atropelada por uma marola política que resultou no veto dos senadores à recondução de Bernardo Figueiredo ao comando da Agência Nacional de Transportes Terrestres.

A rebelião foi creditada à chamada base aliada, mas coube ao PMDB comandar o movimento que patrocinou a derrota da neopetista Dilma no Senado Federal. Por mais que líderes petistas insistam em afirmar que não existe crise no Congresso Nacional, a realidade é bem diferente e preocupante. A insatisfação dos aliados se deve aos privilégios que o PT tem na máquina federal, algo importante em ano de eleições e principalmente para que o partido consiga colocar em marcha a estratégia de conquistar o maior número possível de prefeituras em todo o País. Isso mostra que o Palácio do Planalto não tem pudor ao usar a estrutura de poder em favor do PT, contrariando o discurso passado da legenda.

O viés preocupante do episódio está no fato de que o governo de Dilma Rousseff, assim como o de Lula, só se tornou viável por causa do escambo que surgiu à sombra das nefastas relações entre o Executivo federal e o Congresso. Política é muito diferente do que tem sido praticado de forma escandalosa no Brasil, mas os palacianos repetem o discurso de que o índice de acerto do governo de Dilma Rousseff é surpreendente. Acontece que quem compra o resultado da prova com antecedência não temo como ser reprovado.