Sob nova direção – Se para muitos a saída do petista Afonso Florence da pasta do Desenvolvimento Agrário foi uma surpresa, para quem acompanha a política nacional com olhos atentos a demissão era esperada. O anúncio do Palácio do Planalto, feito na noite da última sexta-feira (9), foi provocado pela insatisfação do Núcleo Agrário do PT, cujos integrantes preferiram discutir com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o baixo número de assentamentos (20.021) no primeiro ano do governo de Dilma Rousseff.
O coordenador do Núcleo Agrário do PT, deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), disse que “é preciso mudar esse quadro. Queremos que o governo dê prioridade à reforma agrária”. A decisão do grupo de não discutir o assunto com o titular do Ministério do Desenvolvimento Agrário culminou com a queda de Afonso Florence, que deixou a pasta sob o manto da incompetência.
Tão logo o verdadeiro motivo da queda de Florence começou a circular na mídia, o Palácio do Planalto se apressou em divulgar nota informando que a presidente Dilma Rousseff lamentava o equívoco da imprensa em relação ao fato. O anúncio da saída de Afonso Florence foi marcado pelos elogios protocolares, mas não há como esconder que a razão foi mesmo a pífia atuação do agora ex-ministro.
A indicação do também deputado federal Pepe Vargas (PT-RS) para o cargo não significa que as questões levantadas pelo Núcleo Agrário do PT terão solução imediata. A mudança de ministro serviu para evitar mais um desgaste à presidente Dilma Rousseff.