Mantega vai ao Senado para falar de economia e não convence ao tratar da contenção da queda do dólar

Vai dar errado – Antes de ir à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), o ministro Guido Mantega, da Fazenda, pediu socorro aos integrantes da base aliada para não ser arguido pelos oposicionistas sobre o escândalo na Casa da Moeda. O titular da Fazenda aceitou o convite para tratar de assuntos sobre a economia brasileira e as recentes medidas adotadas pelo governo para enfrentar os efeitos da crise que afeta a União Europeia.

Acreditando ser correta a política econômica nacional, Mantega disse que o Brasil não pode fazer papel de bobo e deixar o Real sem controle no atual momento. “A principal medida de defesa comercial [do Brasil] é administração do câmbio. Somos partidários do câmbio flutuante, mas não podemos fazer papel de bobos e nos deixar levar pela manipulação cambial dos países avançados. Seja pelas políticas de expansão monetária, e há países que praticam há muitos anos, como a China, que administra seu câmbio há pelo menos 20 anos”, declarou o ministro.

O discurso do ministro da Fazenda está calcado nas medidas adotadas recentemente, como a extensão da cobrança de IOF de 6% para os empréstimos internacionais com prazo de até cinco anos. Esse tipo de medida, como já informou o ucho.info, em nada ajuda a economia verde-loura, pois dificulta as empresas brasileiras na captação de recursos a juros moderados para o financiamento da produção.

Manter a moeda norte-americana valorizada, como quer o governo, é ume espécie de tiro pela culatra, pois até agora a baixa cotação do dólar funcionou como ferramenta para manter sob controle a inflação, que tende a subir com as medidas adotadas.

Repetindo o messianismo de dez entre dez companheiros de partido, Mantega classificou como inequívoca a eficácia das medidas tomadas pelo governo federal nos últimos anos. “Se não estivéssemos comprando dólares nos últimos anos, já estaríamos com câmbio em R$ 1,40 ou até menos. Com isso, toda indústria brasileira já estaria quebrada. Não teria condições de competitividade. Não conseguiria exportar nada e não conseguiria competir com as importações, que entrariam ainda mais”, afirmou Mantega.

O ministro da Fazenda pode dizer o que bem quiser, até porque uma dos pilares da democracia é a liberdade de expressão, mas a economia brasileira tem sobrevivido nos últimos anos de medidas pontuais e pouco eficazes, quando o papel do governo deveria ser o de traçar um plano de longo prazo para um país emergente.

As medidas adotadas nos últimos dias são de eficácia temporária, além de duvidosa, e pouco ajudam a indústria nacional. Não é de hoje que o ucho.info alerta para o perigo da desindustrialização, algo que o Palácio do Planalto ignorou, mesmo com os seguidos sinais emitidos por Roberto Mangabeira Unger, escolhido por Lula da Silva para comandar a então Secretaria de Assuntos de Longo Prazo, popularmente como Sealopra.

Quando interfere no câmbio, fazendo com que o Real se desvalorize diante do dólar, como saída para alavancar a produção nacional, o governo envereda pela seara do protecionismo transversos e impensado, assunto que foi tema da revista inglesa “The Economist”, que classificou o movimento como “receita para o declínio industrial”.

Respeitando os acordos bilaterais, o livre é que fortalece a economia dos países. O Brasil, sob a batuta do PT, caminha na contramão da lógica, pois no atual momento a diminuição de produtos importados no mercado, considerando o atual momento, servirá para alimentar a alta da inflação, o que deve ocorrer no curto prazo. Resumindo, esses palacianos soberbos estão brincando com fogo.