Campanha de Fernando Haddad empaca, Marta aguarda convocação, mas comando ainda é de Lula

No mesmo lugar – De acordo com os médicos do Hospital Sírio–Libanês, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio da silva, que esteve internado por conta de uma infecção pulmonar, permanecerá mais alguns dias de repouso antes de retornar ao trabalho, o que deve acontecer na próxima semana. Por mais que a retomada da labuta esteja autorizada pela equipe médica, é prematuro imaginar que Lula de chofre assumirá o comando efetivo da campanha de Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura paulistana.

Com alguns escândalos pontuando sua passagem pelo Ministério da Educação e quase totalmente desconhecido pelo eleitorado da maior cidade brasileira, Haddad só aceitou o desafio por imposição do ex-metalúrgico, que decidiu que o PT não realizaria prévias para a escolha de candidato à sucessão de Gilberto Kassab.

Enquanto contempla o atolamento de sua campanha, que em pesquisa recente marcou 3% de intenção de voto, Fernando Haddad sonha com o apoio da senadora Marta Suplicy, ex-prefeita da capital paulista e até bem pouco tempo pré-candidata ao cargo. Ao mesmo tempo, Haddad começa a acionar a sua verborragia na tentativa de desencalhar a campanha. Para isso, o ex-ministro da Educação passou a atacar José Serra, que deve ser confirmado como candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo.

Se Haddad aguarda Marta, a senadora, por sua vez, torce para que a campanha do escolhido de Lula fique onde está. Ou seja, empacada. Tudo porque a ex-prefeita sonha em ser chamada para substituir Fernando Haddad na empreitada da qual foi alijada por decisão do ex-presidente.

Se o objetivo petista é a renovação em termos políticos – pelo menos essa é a justificativa – Haddad, longe de ser o candidato ideal, é uma escolha coerente. Contundo, se a ideia é embolar o processo sucessório em São Paulo, Marta Suplicy, que cultiva altos índices de rejeição, é a candidata ideal, mesmo que a vitória não lhe bata à porta. Considerando a capacidade de puxar votos para os candidatos a vereador da eventual aliança encabeçada pelo PT, Marta tem mais potencial do que Haddad.

Ao aceitar, mesmo contrariada a imposição da candidatura do companheiro de partido, Marta esperava ser guindada à Esplanada dos Ministérios como prêmio de consolação, o que não aconteceu. Contrariada em seus planos políticos, a senadora petista decidiu ser um fantasma na vida de Haddad.

Acontece que nessa operação a palavra final será sempre de Luiz Inácio da Silva, que está com a saúde comprometida, mas não derrotado. E os concorrentes que fiquem atentos, pois em cima do palanque Lula é o que se pode chamar de “animal político”.