Pontapé oficial – Dilma Rousseff protagonizou o pontapé que faltava para Ricardo Teixeira deixar definitivamente o comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Há muito defendida pelo ucho.info, a tese em questão tem conquistado espaço cada vez maior na imprensa brasileira, que classificou como necessária e tardia a saída do cartola da presidência da entidade máxima do futebol verde-louro.
Desde que chegou ao Palácio do Planalto, Dilma evitou como pode encontros com Ricardo Teixeira. Quando os encontros eram inevitáveis, a presidente manteve distância do ex-cartola e não lhe dirigiu a palavra. Ao longo desse período, o Palácio do Planalto agiu de forma a provocar Teixeira. Primeiro escalou Pelé como embaixador brasileiro da Copa do Mundo de 2014. Na sequência entregou o Ministério do Esporte para o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), um conhecido desafeto de Ricardo Teixeira. Para quem não se recorda, Rebelo foi um dos responsáveis pela criação da CPI da CBF/Nike.
A queda de braços entre Dilma e Teixeira, que contou com a CBF como pano de fundo, teve motivos que vão além da paixão do brasileiro pelo futebol. A Copa do Mundo é um dos principais eventos do planeta e um eventual sucesso da edição de 2014, no Brasil, gera dividendos políticos e pessoais sem precedentes, a ponto de garantir a eleição dos envolvidos em sua realização.
Dilma Rousseff e seus assessores mais próximos sempre souberam da proximidade entre Lula e Ricardo Teixeira e por isso trataram de isolar o ex-presidente da CBF, que nos últimos tempos tornou-se alvo constante de acusações de corrupção e outras transgressões. No afã de capitalizar com a Copa do Mundo, evento da FIFA em que o país-sede serve apenas de palco, Dilma pode até tentar uma aproximação com José Maria Marin, substituto de Teixeira no comando da CBF. Mas que Marin adote o lema do “sempre alerta”, pois o jogo palaciano é pesado e cruel. Até porque, assim a política, o futebol não é conversa de monges e muito menos negócio de inocentes.