Descendo a ladeira – Quando a crise que abala a União Europeia começou a exibir os primeiros sinais de força, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, embalado pelo ufanismo que emoldura o governo do PT, disse que o Brasil sairia ileso desse maremoto econômico. Em seguida foi a vez de Dilma Rousseff dizer o mesmo. O ano de 2011 caminhava para o seu final, quando a presidente se valeu dos meios de comunicação para dizer que o ano novo (2012) seria de oportunidades e prosperidade.
Que os palacianos carregam nos discursos todos sabem, mas desta vez a dose excessiva. Nesta sexta-feira (16), o Ministério do Trabalho divulgou dados que apontam para uma preocupante redução na geração de empregos. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a criação de empregos formais no País em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano passado, recuou 56%, registrando 150.600 novos postos de trabalho.
Mesmo considerando que em fevereiro de 2011 o resultado tenha sido muito acima da média (347.070 vagas), o total de vagas registrado em fevereiro passado é inferior ao do mesmo mês de 2010, quando o Brasil gerou 258 mil empregos. Os setores do comércio e da agricultura destoaram do restante da economia, com fechamento de 6,6 mil e 425 vagas, respectivamente. No contraponto, o setor de serviços foi o que mais criou postos de trabalho, com 93 mil novos empregados, seguido pela construção civil, com 27,8 mil empregos.
No acumulado do ano, foram abertos 293.987 postos formais no mercado brasileiro, o que o próprio ministério admitiu, em nota, ser a prova da “redução no ritmo de crescimento quando comparado com os saldos dos mesmos meses dos dois anos anteriores”.
Os números do Caged, decepcionantes, diga-se de passagem, reforçam a tese defendida há anos pelo ucho.info, de que o Brasil passa por um preocupante processo de desindustrialização, não sem antes estar se transformando em uma nação de prestadores de serviços. Alertas foram dados por este noticioso que é diariamente acompanhado pelo Palácio do Planalto, mas a soberba dos palacianos impede qualquer interpretação mais apurada da dura realidade brasileira.