Cabo de guerra – A rebelião que tomou conta da base aliada no Congresso Nacional alcançou a votação de duas importantes matérias: a Lei Geral da Copa e o Código Florestal Brasileiro. Enquanto o Palácio do Planalto aposta na aprovação de ambos os projetos, os parlamentares rebelados e os de oposição podem patrocinar uma nova derrota à presidente Dilma Vana Rousseff. Os palacianos, por sua vez, ameaçam com veto ao Código Florestal, ação que resultaria em dividendos políticos negativos aos que se empenharam na feitura do projeto e têm interesses nas eleições municipais de outubro próximo.
A aprovação da Lei Geral da Copa interessa ao governo federal, que garantiu ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, que todos os compromissos assumidos com a entidade futebolística serão cumpridos à risca. Entre os temas da tal Lei, a liberação de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa é o mais polêmico, pois é grande o número de parlamentares contrários à aprovação.
A promessa de Dilma Rousseff ao presidente da FIFA é temerária, pois o Estatuto do Torcedor proíbe o consumo de qualquer tipo de bebida alcoólica em arenas esportivas. Considerando que são pequenas as chances de ser aprovada a venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa, o assunto pode acabar no colo dos governadores, que terá de decidir sobre o tema. Isso significa que o mais polêmico item da Lei Geral da Copa tem tudo para acabar no Judiciário, pois leis de diversos estados que receberão jogos da Copa proíbem tal prática por questões de segurança.
Como se a confusão criada no Congresso Nacional em torno do assunto fosse pouco, a sociedade deve estar atenta ao movimento lobista das indústrias, que querem aproveitar a oportunidade para estender a liberação de venda em questão para além da Copa de 2014. A violência que voltou a rondar os estádios de futebol é um alerta às autoridades que lutam para que o tema seja aprovado com celeridade.
Como sempre informamos aos nossos diários leitores, o ucho.info é contrário à liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios nacionais, mas o Brasil firmou compromisso com a FIFA, em 2007, e terá de cumpri-lo, sob pena de perder o direito de sediar a Copa do Mundo, possibilidade por enquanto descartada por Blatter.
