Deu errado – Quando assumiu o governo do Rio de Janeiro em 2007, o peemedebista Sérgio Cabral Filho anunciou que estava decretado o fim do crime organizado, algo que até agora não ocorreu. Alguns anos mais tarde, Cabral Filho surgiu com o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que serviu como tema de sua campanha pela reeleição e recheou a da então candidata Dilma Rousseff.
Agora, com o Palácio do Planalto descartando a possibilidade de levar as UPPs para todo o território nacional, uma vez que a eficiência do projeto é questionável, o governador fluminense vê em sua própria seara o declínio do plano de ocupação das comunidades carentes, ação que obriga em tese os criminosos a atuarem em outras regiões da cidade.
Ocupada em novembro de 2011, a favela da Rocinha, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, foi palco de uma intensa troca de tiros que terminou com três pessoas mortas. De acordo com a Polícia Militar fluminense, uma eventual briga entre líderes do tráfico de drogas ocasionou o tiroteio e as mortes. No local do crime a PM apreendeu cinco pistolas, três granadas e 1.505 papelotes de cocaína. De acordo com os policiais, os explosivos estavam preparados para detonação. Além disso, durante a ação da PM foram encontrados registros sobre venda de drogas e produtos químicos utilizados para aumentar o volume da cocaína comercializada na favela.
O resultado da operação mostra que é falho o projeto de ocupação da favela da Rocinha, que quatro meses depois da ocupação ainda aguarda a instalação de uma sede da UPP. A PM aposta nas denúncias anônimas dos moradores, mas esses desistiram de colaborar diante da resistência dos traficantes, que mudaram a forma de atuar.