Fogueira de vaidades entre cartolas pode fazer do ex-jogador Ronaldo Nazário o próximo presidente da CBF

Manobra de consenso – Ricardo Terra Teixeira era “persona non grata” no futebol brasileiro, mas durante a assembleia-geral extraordinária, convocada durante o Carnaval e realizada dias depois, os presidentes das federações estaduais, em decisão unânime, mantiveram o então comandante da CBF no cargo. Nada extraordinário, pois os cartolas do futebol brasileiro sempre foram coniventes com Teixeira. Por medo ou por interesses.

Mesmo com o cargo garantido até 2015, Ricardo Teixeira decidiu renunciar à presidência da entidade máxima do futebol nacional, deixando em seu lugar José Maria Marin, que assumiu cumprindo o que determina o estatuto da CBF. Foi o que bastou para que uma rebelião fosse anunciada, pois os dirigentes das federações e dos clubes não desejam entregar a CBF aos paulistas.

Habilidoso, Marin, que foi governador de São Paulo em substituição a Paulo Salim Maluf, tem trabalhado incessantemente para chegar até o final do mandato, mesmo depois de declarar que sua administração à frente da CBF será uma continuidade do trabalho realizado por Teixeira.

A briga por interesses nas coxias do futebol verde-louro é tamanha, que cresce a cada dia a possibilidade de o novo presidente da CBF cumprir na integra o restante do mandato. O primeiro sinal de que isso pode acontecer materializou-se na recente declaração do ex-jogador Ronaldo Nazário de Lima, que disse estar disposto a concorrer à presidência da entidade após a Copa do Mundo.

Ronaldo, atualmente no Comitê Organizador Local (COL), pode ser uma solução de consenso para acalmar ao enorme disputa que surgiu com a renúncia de Ricardo Teixeira. Mesmo assim, Ronaldo está longe do modelo ideal de executivo que o futebol brasileiro, devido à sua importância histórica, merece.