Tudo igual – Na última sexta-feira (16), após encontro com a presidente Dilma Rousseff, o suíço Joseph Blatter, dirigente máximo do futebol planetário, disse que a permanência de Jérome Valcke como interlocutor da FIFA para a Copa do Mundo era um problema interno da entidade. Na ocasião, o presidente da FIFA pediu tempo para encontrar uma solução para as reticências a declaração de Valcke, que disse que o Brasil precisa de um “chute no traseiro” para acelerar o ritmo das obras para a Copa do Mundo, que acontece no País em junho de 2014.
Nesta segunda-feira (19), Blatter anunciou que Valcke continuará cuidando dos assuntos relacionados à Copa, contrariando um pedido do governo brasileiro para que o executivo não mais tratasse das questões da competição futebolística. “Jérôme Valcke é o responsável por todas as atividades como secretário-geral, incluindo os preparativos para a Copa no Brasil”, declarou Joseph Blatter.
Após a declaração do secretário-geral da FIFA, errada na forma e correta no conteúdo, Blatter negou qualquer estremecimento na relação com Valcke. “Não há nenhum problema entre o presidente da FIFA e o secretário-geral”, afirmou o presidente da Federação Internacional de Futebol.
A decisão de Joseph Blatter evidencia a falta de sensibilidade dos integrantes do governo brasileiro no trato com questões delicadas, porque não dizer diplomáticas. Além dos protestos do ministro Aldo Rebelo, do Esporte, o petista Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência, chamou Valcke de “vagabundo”, o que em nada ajudou a solucionar o imbróglio, muito pelo contrário.
Diante do anúncio de Blatter resta ao governo se fingir de morto, pois a muitos interessa o regime de urgência que em breve será chancelado nas obras para a Copa do Mundo. Dessa forma as sempre necessárias licitações serão dispensadas, o que permitirá que “apaniguados” faturem como nunca, pois superfaturamento é algo corriqueiro nessa destrambelhada terra chamada Brasil.