Não é bem assim – Pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo, o ex-ministro Fernando Haddad (Educação) é a melhor explicação para uma campanha que continua empacada, mesmo que o período eleitoral seja por enquanto apenas oficioso. Com irrisórios 3% de intenção de voto, Haddad começa a apelar para a dramatização como forma de atrair simpatizantes. Há dias, o candidato petista disse a correligionários, na Zona Leste da capital paulista, que a recuperação de Luiz Inácio da Silva irrita os adversários. “Ele está muito bem, para o desespero de alguns, mas para a alegria de todos nós”, disse Fernando Haddad ao falar sobre o encontro com Lula na última sexta-feira (23).
Esse jogo rasteiro de Haddad é facilmente desmentido pela realidade dos fatos. Na mensagem de vídeo que gravou para cumprimentar o PCdoB pelos 90 anos da legenda, Lula apareceu com a voz ainda mais rouca e deu mostras que sua recuperação deve demandar alguns longos meses de descanso. Tanto é verdade, que exames marcados para quarta-feira (28), para monitorar a regressão do câncer na laringe, não foram confirmados pelos médicos.
Outra prova inconteste de que a saúde de Lula ainda não está plena repousa na declaração do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que disse que a responsabilidade pela campanha de Fernando Haddad não pode ser apenas do ex-presidente. “Eu acho errado a gente ficar achando que só o Lula é quem resolve as coisas. Nós somos um time onde há vários jogadores importantes, e um deles é a nossa militância. Essa é uma tradição que nós temos e que vai entrar em campo já, já”, afirmou Carvalho.