Hospital da capital paulista anuncia a morte cerebral de outro torcedor envolvido em briga de organizadas

Tragédia anunciada – Na manhã desta terça-feira (27) foi diagnosticada a morte cerebral de mais um torcedor que se envolveu na briga entre as torcidas do Corinthians e do Palmeiras, ocorrida na manhã do último domingo, horas antes da partida válida pelo Campeonato Paulista. Torcedor da Sociedade Esportiva Palmeiras, Vinicius Jovanelli Moreira, de 19 anos, teve traumatismo cranioencefálico grave após ser agredido por integrantes da torcida rival e estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Camilo.

Segundo nota divulgada pelo hospital, a morte cerebral de Vinicius foi diagnosticada às 5h15 de hoje, que no momento se encontra “em suporte ventilatório e hemodinâmico na UTI”.

O confronto também provocou a morte do torcedor palmeirense André Alves Lezo, de 21 anos, baleado na cabeça e encaminhado para o Hospital de Vila Nova Cachoeirinha. Outro torcedor, atingido por uma barra de ferro na cabeça, teve traumatismo craniano e foi levado para o Hospital Cruz Azul. Já no Hospital Mandaqui está um internado, em situação estável, um torcedor baleado na bacia.

Por conta dos desdobramentos da confusão, a Federação Paulista de Futebol decidiu, na segunda-feira (26), proibir a entrada de torcedores da Mancha Alviverde e da Gaviões da Fiel nos estádios até que os culpados sejam punidos. Essa punição anunciada pela FPF é meramente administrativa e não terá efeito prático se não estiver embasada em decisão judicial, que é passível de recurso. Impedir o acesso aos estádios de integrantes de ambas as torcidas organizadas significa sugerir que os torcedores e dublês de criminosos acompanhem os jogos sem o uniforme das entidades.

A Procuradoria-Geral da Justiça designou os promotores de Justiça Sérgio de Assis e Manoel Torralbo Gimenez Junior, do 2º Tribunal do Júri, para acompanhar o inquérito policial que apura a morte de Lezo.

Durante o confronto do último domingo, a Polícia Militar, que foi ao local para dispersar o tumulto, errou ao não prender em flagrante os que participaram de tentativas de homicídio e portavam armas ilegalmente. O discurso do governador Geraldo Alckmin de que a violência é intolerável não passa de conversa fiada.