PF deve aproveitar o êxito da Operação Monte Carlo para provar que é apenas polícia de Estado

Pesos iguais – O resultado da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, tem movimentado o universo político brasileiro, pois durante as investigações descobriu-se que o empresário da jogatina Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tem relações próximas com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e os deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB), Jovair Arantes (PTB), Rubens Otoni (PT) e Sandes Júnior (PP).

O mais encrencado nessa história é o líder do Democratas no Senado, Demóstenes Torres, flagrado em um telefonema pedindo R$ 3 mil ao contraventor que está preso. Parlamentares da Frente Mista Contra a Corrupção irão nesta terça-feira (27) à Procuradoria Geral da República (PGR) para cobrar celeridade nas investigações, mas é preciso estender esse movimento a todos os escândalos patrocinados pelos atuais ocupantes do poder.

Sem dúvida o povo brasileiro precisa se unir continuamente contra a corrupção e os desmandos praticados pela classe política, sem trégua de qualquer natureza, mas é preciso manter a coerência e a isonomia diante de tantos escândalos que continuam sem solução. A Polícia Federal merece o devido reconhecimento pelo sucesso da Operação Monte Carlo, mas não se pode fechar os olhos para casos como o do Dossiê Cuiabá, que envolveu os aloprados do PT; o episódio dos dólares na cueca, protagonizado por um assessor do petista José Nobre Guimarães; a quebra do sigilo fiscal da filha e do genro do ex-governador José Serra; a do enriquecimento meteórico de Antonio Palocci Filho, entre tantos. Até porque, a Polícia Federal, corporação de Estado e não de governo, é a mesma.