Decisão de não vetar bebidas nos estádios da Copa de 2014 foi golpe baixo do Partido dos Trabalhadores

Estratégia chicaneira – Para aprovar a Lei Geral da Copa (PL 2330/11) os parlamentares da Câmara exigiram uma moeda de troca. A votação do Código Florestal Brasileiro nas próximas semanas, com direito a veto ao artigo que obriga a recomposição das áreas devastadas, quesito que para o Palácio do Planalto compromete a eficácia do conjunto de leis ambientais.

No contraponto, o não veto à venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa do Mundo deve ser interpretado como liberação da comercialização. Da forma como a Lei Geral da Copa foi aprovada, suspendendo artigos do Estatuto do Torcedor, a liberação da venda de bebidas dependerá de um acordo da FIFA com os governos dos estados que sediarão jogos do Mundial de futebol.

Na opinião do presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), os estados-sede também assumiram compromissos com a FIFA no momento em que aceitaram sediar partidas da competição. Trata-se de uma manobra rasteira, pois na política nada acontece por acaso e sem intenções terceiras.

A ideia do PT, que há muito sonha em abocanhar o Palácio dos Bandeirantes, é deixar o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em má situação. Em São Paulo a legislação não apenas proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, mas também nos estabelecimentos localizados no entorno das arenas esportivas. Como 2014 será um ano de eleições, os petistas querem checar a coragem política de Alckmin para eventual veto às bebidas durante a Copa.

Fossem os brasileiros não influenciáveis, as bebidas seriam proibidas durante a Copa pelo menos no estado de São Paulo. Isso dificilmente acontecerá, pois os projetos políticos são patrocinadores da incoerência. Essa estratégia chicaneira mostra a forma como o PT encara a política e as necessidades do cidadão, que tem prioridade apenas e tão somente nos discursos visguentos desses supostos herdeiros de Aladim, o folclórico gênio da lâmpada maravilhosa.