Corda no pescoço – Até o final da tarde de quarta-feira (28) a situação do senador Demóstenes Torres (DEM-GO), acusado pela Polícia Federal de envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, era extremamente difícil. Com a chegada da noite, a situação tornou-se insustentável. Em gravações realizadas pela PF com autorização da Justiça, Cachoeira conversa com um sócio, Cláudio Abreu, e com um contador, Geovani Pereira da Silva, que está foragido. No diálogo, Cachoeira, sempre referindo-se a Demóstenes, fala em cifras que ao final chegam a R$ 3,1 milhões.
O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que seu cliente está apreensivo com as novas denúncias. “Ele está preocupado com essas gravações, que são negativas à imagem dele. Mas no tocante à questão jurídica, nós estamos muito tranquilos”, declarou.
Se antes das novas gravações o Democratas já considerava a possibilidade de expulsar Demóstenes Torres da legenda, a partir da noite de quarta-feira a chance de o parlamentar renunciar ao mandato cresceu em progressão geométrica. No caso de a oposição querer recuperar a credibilidade que perdeu ao longo dos últimos dez anos, por conta da inoperância, a melhor receita é se livrar de Demóstenes o quanto antes. Do contrário, criticar os escândalos endossados pelo Planalto será uma tarefa desconexa.
