Muito estranho – Reduto dos endinheirados que dão as cartas do hipismo nacional, a Confederação Brasileira de Hipismo transformou-se em mais uma ditadura do esporte. Prestes a ter o regulamento alterado para garantir a reeleição da atual diretoria, a CBH agora abusa da falta de bom senso e terceiriza a gestão administrativa e de marketing da entidade.
Durante premiação dos melhores atletas da categoria em 2011, a CBH anunciou que André Beck, diretor da empresa Vibra Branding Esportivo, será o responsável pelas ações de marketing e gestão administrativa da entidade, o que deve ser considerado um absurdo, pois a Confederação recebe dinheiro do Comitê Olímpico Brasileiro, através de repasse de recursos das loterias da Caixa.
Empresário e ex-cavaleiro, André Beck, agora “manda-chuva” da CBH, é responsável pelas carreiras de Rodrigo Pessoa e Doda Miranda, dois conhecidos cavaleiros verde-louros que decidem quais esportistas participam de eventos nacionais e internacionais, no melhor estilo absolutista. Para quem não sabe, Doda Miranda é casado com a bilionária Athina Onassis, que dá nome a um conhecido evento de hipismo realizado anualmente no Brasil, organizado por André Beck.
Esse conluio espúrio que surge a partir da decisão da diretoria da CBH deve ser investigado a fundo pelo Tribunal de Contas da União, que tem por dever de ofício monitorar o uso do dinheiro público. A estratégia dos cartolas do hipismo nacional contou com a anuência do ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que participou da cerimônia de premiação realizada no Jockey Clube de São Paulo, na última semana.
Por trás dessa operação intrincada está Jorge Gerdau Johannpeter (à esquerda na foto), que integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República. Considerando o fato que seus conselhos são considerados pela presidente Dilma Rousseff, o empresário brasileiro do aço não deveria se envolver em manobra tão bisonha, como a que emoldura a CBH.
Em outras palavras, o presidente da Confederação Brasileira de Hipismo, Luiz Roberto Giugni, continua acreditando que a modalidade deve ser encarada como exclusividade de um gueto de ricaços impostores e que o dinheiro pode ser tratado a coice. Em um país minimamente sério, a CBH já estaria sob intervenção. Ou seja, se chacoalhar com vontade a CBH cai do cavalo.