PT centra fogo em Demóstenes, mas esquece que Cachoeira fez currículo na Casa Civil, com o aval de Dirceu

Esticando a corda – O escândalo capitaneado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e que envolve o senador Demóstenes Torres (sem partido – GO) não deve acabar tão cedo, se o final depender do desejo do Partido dos Trabalhadores e do Palácio do Planalto.

Com petistas “cinco estrelas” cobrando punição exemplar aos investigados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, o assunto parece ser o maior caso de corrupção de todos os tempos. Os culpados devem enfrentar as garras da lei, sim, mas enquanto a culpa for reconhecida pela Justiça nada pode ser feito pela sociedade, a não ser se entregar à indignação. Quando o ucho.info afirma que política é negócio dos bons e exclusividade de ínfima minoria, muitos são os políticos que torcem o nariz, mas vez por outra algum imbróglio surge no horizonte para ratificar a nossa tese.

A indignação popular diante de mais um escândalo é absolutamente justa, mas não pode tomar proporções descomunais a ponto de ofuscar a corrupção que grassa nas entranhas do governo do PT e que cresceu de forma assustadora desde a chegada de Lula ao poder. O oportunismo é figura constante no cenário político, mas não se pode esquecer que Carlinhos Cachoeira foi coadjuvante do primeiro escândalo de corrupção da era Lula da Silva, em conluio com Valdomiro Diniz e o endosso de José Dirceu de Oliveira e Silva, então chefe da Casa Civil.

Ou seja, os petistas que recolham as armas, pois tiro pela culatra é algo absolutamente possível quando quem as empunha é um franco atirador.