Minutos antes do embarque para Havana, onde mais uma vez se submeterá a sessões de radioterapia, Chávez escreveu no Twitter: “Já sobre a pista do Aeroporto Internacional Simón Bolívar! Rumo a Havana, com a fé posta sobre o Cristo Ressuscitado! Viveremos e venceremos”.
A mensagem postada no microblog serviu para acabar com os rumores de que Hugo Chávez poderia passar por uma avaliação médica no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde se trataram Lula, Dilma Rousseff e o presidente paraguaio Fernando Lugo.
Os rumores sobre uma eventual viagem de Chávez a São Paulo surgiram com a informação de que integrantes da Guarda Militar venezuelana estariam na capital paulista para tratar dos detalhes da segurança do presidente da Venezuela. O próprio presidente se encarregou de desmentir a informação em entrevista à TV estatal, na última sexta-feira (6). “Amanhã à noite irei outra vez a Havana para continuar a luta pela saúde e pela vida”, disse Chávez na entrevista.
Para aumentar a polêmica, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela informou, na quinta-feira (5), que o presidente pretendia viajar “em breve” ao Brasil para reunir-se com a presidente Dilma Rousseff e visitar Luiz Inácio da Silva, que se recupera do tratamento contra um câncer na laringe.
Não é a primeira vez que Hugo Chávez cogita uma visita ao Hospital Sírio-Libanês. Na primeira tentativa, a segurança de Chávez descartou a possibilidade de um tratamento no hospital preferido pelas autoridades brasileiras por conta da impossibilidade de total sigilo das informações sobre o verdadeiro estado de saúde do atual inquilino do Palácio Miraflores, sede do Executivo venezuelano. Na ocasião Chávez optou por se tratar em Havana, onde conta com o apoio e a fidelidade dos irmãos-ditadores Raúl e Fidel Castro.
O desencontro de informações sobre o verdadeiro estado de saúde de Hugo Chávez alimenta as especulações sobre a não participação do atual presidente na eleição presidencial, marcada para o dia 7 de outubro. A seis meses das eleições presidenciais, a cúpula chavista continua refém das incertezas. Apesar da doença e do mistério que a cerca, pesquisas de opinião realizadas recentemente apontam Chávez com vantagem de 13 a 20 pontos em relação ao candidato da oposição, Henrique Capriles Radonski. Em um país onde a liberdade está cada vez mais cerceada, confiar em pesquisas de opinião é uma temeridade.
