Dilma volta com a indiferença de Obama diante do desejo do Brasil de chegar ao Conselho de Segurança

Conversa de botequim – Exige esforço sobrenatural acreditar que a viagem da presidente Dilma Rousseff produziu só um evento digno de ser noticiado. O reconhecimento pelos ianques de que a cachaça é produto genuinamente brasileiro, ao mesmo tempo em que Brasil não mais rotulará o “Bourbon”, uísque de milho, como “scotch”. Até esse encontro com Barack Obama, na Casa Branca, a cachaça chegava aos EUA como “Brazilian Rum”. E essa importante decisão provocará uma enorme mudança na vida de brasileiros e norte-americanos.

É preciso admitir que um encontro entre dois chefes de Estado serve para discutir assuntos mais relevantes, que não definir o status de bebidas alcoólicas típicas de ambos os países. A Organização Mundial do Comércio, por exemplo, sempre é acionada para mediar as contendas comerciais entre brasileiros e norte-americanos, mas o comércio bilateral (Brasil-EUA) foi assunto discutido com pouca profundidade.

Dilma aproveitou a estada na Casa Branca para, repetindo o que sempre faz em suas viagens, criticar o viés expansionista da política monetária dos países desenvolvidos, sob a desculpa que esse tipo de medida afeta a economia dos emergentes.

Na verdade, a quase sempre mal humorada Dilma tentou, de forma equivocada, conquistar a simpatia do presidente Barack Obama para o pleito do governo brasileiro de integrar o Conselho de Segurança da ONU. Não será com elogios chicaneiros e oportunistas que Dilma conquistará o apoio de Obama à causa brasileira.

Se o Brasil tinha alguma chance de contar com o apoio de Barack Obama para chegar ao Conselho de Segurança da ONU, essa foi pelo ralo quando Dilma, na Kennedy School of Government (da Universidade de Harvard), afirmou ter grande respeito por Hugo Chávez, o tiranete venezuelano que se instalou no poder a reboque de uma revolução dita bolivariana.

Para dificultar ainda mais a romaria brasileira rumo ao Conselho de Segurança, Dilma não fez qualquer menção à matança que o ditador Bashar al-Assad promove na Síria, ignorando os sinais emitidos pela Organização das Nações Unidas. Em outras palavras, o Brasil continuará na fila, aguardando pacientemente, a oportunidade de sentar-se de vez no Conselho de Segurança, que não tem espaço para aduladores e protagonistas do totalitarismo.