Lanterna dos afogados – A decisão do Partido dos Trabalhadores de, incentivado pro Lula, insistir na criação da CPI para investigar as relações de Carlinhos Cachoeira, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, foi um erro estratégico, pois a teia do bicheiro goiano enredou políticos de todas as correntes ideológicas, inclusive petistas. Prova disso é o calvário enfrentado por Olavo Noleto, assessor da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, e por Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal.
Para minimizar estrago do que já está sendo considerado no meio político como um “tiro no pé”, o PT tentará estender as investigações para outros setores, além da seara político. De acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, o petista gaúcho Marco Maia, a CPI se debruçará sobre as relações de Cachoeira não apenas com o Legislativo, mas com o Executivo, o Judiciário, a iniciativa privada e também a imprensa.
Como sempre acontece quando algum escândalo envolvendo políticos, especialmente do PT, vem à baila, os aduladores dos donos do poder procuram colocar a imprensa no patíbulo dos culpados. Essa estratégia reforça a necessidade do PT, cada vez mais evidente, de criar uma cortina de fumaça diante do caso do mensalão, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) está decidido a julgas os envolvidos no caso de corrupção ainda este ano, o que pode acontecer até o final do primeiro semestre. Se essa previsão se confirmar, o PT, assim como os partidos de outros envolvidos no criminoso esquema de mesadas, partirá para as eleições municipais com o carimbo da corrupção.
Não é de hoje que o PT, desde que chegou ao poder central, tenta calar a imprensa, mas é inadmissível aceitar a tese que coloca na vala da ilegalidade todos os veículos de comunicação do País. É importante lembrar se relação houve entre Cachoeira e órgãos midiáticos ou até mesmo jornalistas, a diferença em relação à chamada imprensa “chapa branca” está apenas naquele que faz o pagamento. De resto, as operações são conceitualmente idênticas.