Dilma faz escala em SP para discutir com Lula os efeitos colaterais do escândalo Cachoeira

Olho no olho – No melhor estilo criador e criatura, o ex-presidente Luiz Inácio da silva recebe na tarde desta sexta-feira, possivelmente em São Bernardo do Campo, a sua sucessora, a neopetista Dilma Vana Rousseff. O encontro, que nos últimos tempos tornaram-se corriqueiros, principalmente pelo estado de saúde do ex-metalúrgico, desta vez acontece por causa da crise política que ronda o Palácio do Planalto há meses, mas que nas últimas duas semanas cresceu por conta do escândalo envolvendo o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

No afã de turbinar a campanha de Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura de São Paulo, e criar uma cortina de fumaça sobre o julgamento do caso do “Mensalão do PT”, Lula deflagrou a operação que culminou com a criação da “CPI do Cachoeira”, que com boa dose de certeza levará à linha de tiro alguns petistas. O número de companheiros na esteira das investigações só não será maior porque líderes partidários fizeram um acordo espúrio. Delimitaram o período que será alvo da CPI e alargaram o espectro dos setores a serem investigados. Além do Legislativo, na marola das investigações seguirão os Poderes Judiciário e Legislativo, a iniciativa privada e setores da imprensa (leia-se revista Veja).

A ideia é, de alguma maneira, pressionar o Judiciário em relação ao julgamento do “Mensalão do PT” pelo STF, que pode condenar um punhado de petistas ilustres. E isso pode acontecer com intimidações a partir da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que em 29 de fevereiro prendeu o bicheiro goiano e seus comparsas. Acontece que Dilma Rousseff, que recebeu do antecessor uma herança amaldiçoada, não esperava por esse imbróglio que já atingiu um assessor palaciano (Olavo Noleto) e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.

O encontro entre Dilma e Lula servirá, possivelmente, para traçar estratégias com o objetivo de manter sob controles as investigações da “CPI do Cachoeira”. Considerando o empenho dos partidos de oposição para a criação da tal Comissão, pode-se concluir que o arsenal de provas contra situacionistas é quase infindável. Por conta disso já tem muita gente sem dormir e com Lexotan no criado-mudo.