Em gravação, Fernando Cavendish, dono da Delta, fala sobre comprar políticos para obter contratos

(Foto: Editora Abril)
Nitroglicerina pura – Com o passar do tempo e o sistemático vazamento de gravações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, a possibilidade de a “CPI do Cachoeira” produzir algum resultado concreto é cada vez menor. Com o envolvimento de autoridades e políticos de todas as correntes ideológicas – se é que há ideologia na política -, a tendência é que a CPI termine depois das eleições de outubro e tenha um desfecho tão ridículo quanto o desejo de alguns de usar as supostas investigações para invalidar o “Mensalão do PT”.

Quando o ucho.info afirmou em recente matéria que não foi por acaso que o criminalista Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça no primeiro governo Lula, foi escolhido para defender Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, muitos leitores estranharam. Como noticiado, um acusado do naipe de abrir sua caixa de Pandora e disparar recados aos que rezaram pela sua cartilha.

A preocupação inicial do PT, ao incentivar a criação da CPI, era evitar que esses recados e vazamentos começassem a acontecer. Segundo apurou este site, é grande a quantidade de vídeos que registram encontros de Cachoeira e seus aliados com políticos e autoridades. Quando essa cinemateca da corrupção for aberta, o Brasil dificilmente ficará em pé. A primeira mensagem de Cachoeira chegou à rede mundial de computadores através de reportagem do jornalista Mino Pedrosa, que durante algum tempo assessorou o contraventor goiano.

Em gravação, o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, comenta sobre o “preço” dos políticos e diz não ter interesse no que chama de “raia miúda”. Sobre isso, Cavendish diz a um interlocutor: “Se eu botar 30 milhões de reais na mão de políticos, sou convidado para coisas para ‘c…’. Pode ter certeza disso!”. Mais adiante, o dono da Delta declara que com dinheiro é possível comprar um senador. “Estou sendo muito sincero com vocês: 6 milhões aqui, eu ia ser convidado (para fazer obras). Senador fulano de tal, se (me) convidar, eu boto o dinheiro na tua mão!”.

A extensão do escândalo torna-se inimaginável quando Mino Pedrosa menciona em sua matéria a participação do vice-presidente Michel Temer em lobby para aprovar a liberação dos caça-níqueis e bingos no País. “À frente do lobby o vice-presidente da República Michel Temer, que fala até hoje com o presidente da Abrabin (Associação Brasileira do s Bingos) Olavo Sales da Silveira”, escreve.

Confira abaixo a gravação em que Fernando Cavendish fala sobre “comprar” políticos