Brasil e Petrobras precisam abrir os olhos para possível onda de expropriações na Argentina
Mão grande – A decisão da presidente Cristina de Kirchner, da Argentina, de expropriar a YPF, companhia petrolífera até então controlada pela espanhola Repsol, tornou-se um caso de repercussão internacional e com eventuais desdobramentos diplomáticos.
A Repsol já anunciou que quer US$ 10,5 bilhões pela parte que lhe cabe, mas a Casa Rosada, sede do Executivo argentino, informou que fará nova avaliação da empresa antes de pensar em pagar qualquer quantia, se é que isso possa acontecer em algum momento. O radicalismo da presidente argentina fará com que novos investimentos no país, que agoniza economicamente, sejam repensados.
A atitude de Cristina de Kirchner é uma repetição do que vem acontecendo na América do Sul, tomada por uma onda de populismo esquerdista patrocinada por absolutistas incompetentes. É o caso da Venezuela, Bolívia e Equador, cujos presidentes adotaram medidas semelhantes para camuflar a inoperância de seus respectivos governos. O boliviano Evo Morales, por exemplo, há anos se apoderou de empresas estrangeiras que se dedicavam à exploração de petróleo e gás, dentre elas a Petrobras.
Em relação à Argentina, o governo brasileiro precisa estar atento, pois a crise no país vizinho não deve terminar tão cedo e Kirchner pode repetir o gesto tomado com a Repsol. Por lá a Petrobras tem uma refinaria e rede de postos com 79 unidades, além de atuar na exploração de petróleo. Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão disse que não há problema, pois a Argentina é um país amigo. É a velha direita fechando os olhos para o avanço do comunismo fanfarrão.