Rastilho de pólvora – Quem analisa friamente alguns atos oposicionistas chega à conclusão que os adversários dos atuais donos do poder são adeptos do harakiri político. Na disputa pelo comando da maior e mais importante cidade brasileira, São Paulo, petistas e tucanos travam uma intensa e quase silenciosa queda de braços. De um lado está o ex-governador José Serra, que já administrou a capital dos paulistas e tem chance de voltar ao cargo. Do outro está o desconhecido petista Fernando Haddad, candidato imposto por Lula e que como ministro da Educação foi o timoneiro das trapalhadas do Enem.
Ainda sem ter no discurso de campanha algo definitivo para atacar o candidato tucano, os petistas insistem na tese de que Serra poderá deixar o mandato antes do final para concorrer ao Palácio do Planalto. Na verdade, qualquer eleito pode fazer isso, desde que tenha condições para uma empreitada tão séria e difícil, como é a corrida presidencial. Mas cada um sabe o seu poder de fogo.
Quando pensamos que o PSDB deixou de lado, mesmo que momentaneamente, o racha interno que marca a legenda, surge o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para lembrar que discórdia é a especialidade da legenda. Ex-governador de Minas Gerais, Aécio disse que Serra poderá se candidatar à Presidência em 2014, desde que na ocasião tenha condições para isso.
Em outras palavras, Aécio neves, que com certeza é candidato ao Palácio do Planalto em 2014, não está se importando com uma possível derrota de Serra na eleição paulista. Administrar a sexta maior cidade do planeta é vitrine de sobra para quem sonha com o comando do Brasil. Depois disso o resto fica por conta da competência. Não custa lembrar que até mesmo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, espécie de marechal do tucanato, disse que Aécio é o candidato natural do partido para 2014.
Resumindo, mesmo que tivesse encomendado um discurso parecido, Fernando Haddad jamais teria nas mãos algo parecido e de graça. E se depender de Aécio, o PT deve levar a prefeitura de São Paulo.