Corrupção mutila o filme “Pela Primeira Vez”, do competente fotógrafo Ricardo Stuckert

Borracha palaciana – O fotógrafo Ricardo Stuckert é dono de competência reconhecido. Aliás, excelência é o que não falta à família Stuckert, que entrou para a história como registradora dos fatos da política nacional nos últimos cinquenta anos. Roberto, o pai, chegou a Brasília para registrar as imagens da inauguração da capital federal. “Stuckão”, como é conhecido o chefe do clã, foi o fotógrafo presidencial durante a passagem do general João Batista Figueiredo pelo Palácio do Planalto.

Ricardo, atualmente no Instituto Lula, foi o fotógrafo da Presidência da República nos oito anos em que o ex-metalúrgico esteve no poder. Roberto, o filho, também conhecido como “Stucka” é o fotógrafo oficial que registra os passos da petista Dilma Vana Rousseff.

Ricardo, também chamado de “Stuckinha”, mostrou o seu talento nesta semana ao lançar o filme “Pela Primeira Vez”, que registra a passagem do poder de Lula para Dilma. Rodado em 3D, o filme tem pouco mais de meia hora e, além da qualidade e do preciosismo das imagens, é marcado por um detalhe interessante e que passou ao largo da atenção de muitos. Nas imagens registradas no Palácio do Planalto, no dia 1º de janeiro de 2011, muitos dos colaboradores de Dilma Rousseff não aparecem. São os comensais que saíram de cena por causa dos seguidos casos de corrupção que marcaram o primeiro ano da era Dilma. E deixar registrado esse convívio nefasto não seria conveniente a Dilma.

Um dos ausentes no filme de Ricardo Stuckert é o ex-ministro Antonio Palocci Filho, que foi apeado do cargo por conta de meteórica e inexplicável evolução patrimonial. A única participação de Palocci no filme se dá nas palavras que contam do discurso que o ex-chefe da Casa Civil redigiu para a presidente.

Fosse o Brasil um país de políticos minimamente sérios, o trabalho de Ricardo Stuckert seria ainda melhor, pois a verdade foi contida para preservar a imagem de alguém, não importando a sequência da história. Quando a corrupção começa a interferir na criatividade do cidadão, é porque a nação tornou-se refém da pior das ditaduras.