CPI começa com artimanhas governistas e se perde na discussão sobre convocação de Roberto Gurgel

Manobra escusa – Dominada pela bancada governista, a CPI do Cachoeira, em sua primeira reunião de trabalho, começa a antecipar o pífio resultado das investigações, caso prevaleça as chicanas de petistas e peemedebistas, que tentam a todo custo blindar alguns eventuais convocados.

Após duas horas do início da sessão, a CPI continua discutindo a convocação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, cuja participação como testemunha é vedada pelo Código de Processo Penal, como noticiado anteriormente.

A intenção da base aliada é postergar ao máximo a convocação dos acusados, especialmente de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que se encontra preso no presídio da Papuda (DF), e que na CPI poderá revelar além do que muitos gostariam. Essa manobra confirma a preocupação do PT em relação ao contraventor goiano, que mesmo sem querer passou a ter como defensor o advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça no governo Lula, época em que a Delta Construções registrou crescimento meteórico.

Insistir na convocação de Roberto Gurgel é impedir que o procurador ofereça denúncia ao Supremo Tribunal Federal contra os acusados no inquérito que culminou com a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Se a sociedade não cobrar a imediata convocação de Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish, a CPI está fadada ao fracasso, objetivo maior do PT e do PMDB.