Temendo um golpe, o combalido ditador Hugo Chávez comanda a Venezuela a partir de Havana

Controle remoto – Para interromper a onda de especulações sobre o agravamento do seu estado de saúde, o tiranete Hugo Chávez, que está em Havana para tratamento contra um câncer na região pélvica, telefonou para a TV estatal venezuelana e falou sobre a dificuldade de governar o país à distância. “Estou governando, cumprindo com minhas funções de chefe de Estado, de chefe de Governo, mas nesta situação especial da qual sairei nos próximos dias e em breve estarei por aí”, disse Chávez.

Acostumado a inserir o povo venezuelano em seus problemas pessoais, quando abusa da primeira pessoa do plural, Hugo Chávez tenta não perder o controle da situação e manter suas chances de reeleição. Responsável por um regime obsoleto e totalitarista implantado a partir de dita revolução bolivariana – na verdade foi um golpe –, Chávez deveria ter se licenciado para seguir o tratamento médico, que estranhamente não foi realizado na Venezuela. De igual modo, o tipo de câncer, o local e a gravidade da doença continuam sob sigilo.

A decisão de Chávez de continuar no poder mesmo estando distante da Venezuela se deve ao fato que o vice, Elías Jaua, não é suficientemente forte para resistir à pressão oposicionista, assim como não tem voz de comando nas Forças Armadas do país. Prova disso é a declaração do vice-presidente da Assembleia Nacional e membro do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Aristóbulo Istúriz: “O presidente, ainda cumprindo um tratamento, segue governando (…) Aqui não tomamos nenhuma medida no governo e no partido sem a participação do presidente”.