Senhor dos anéis – Quando fala sobre inflação, câmbio e outros ingredientes da economia, o ministro Guido Mantega, sempre desdenhado pelo mercado financeiro, exibe um semblante típico de jogador profissional de roleta. Sempre frio e confiando em suas apostas, como se a economia brasileira caminhasse nas nuvens ou o PT fosse um infindável poço de soluções .
Não faz muito tempo, Mantega, depois endossado pela presidente Dilma, disse que o Brasil passaria ao largo da crise do euro. Tempos depois, o discurso começou a mudar de rumo. Nesta quinta-feira (10), ao falar sobre novas medidas para garantir o crescimento do PIB, Guido Mantega usou a interferência da crise europeia como desculpa para o destempero da economia nacional.
No que tange à redução das taxas de juro, o ministro da Fazenda preferiu não alimentar a polêmica com os bancos privados, mas disse que as medidas tomadas ainda não surtiram os efeitos esperados. Depois de recusar um pedido da Febraban, com vários itens, entre eles a redução da carga tributária do setor, hoje Mantega falou em corte do compulsório dos bancos ou dos tributos como saída para aumentar a oferta de crédito. Durante a era FHC, o compulsório dos bancos era de 20%, mas com a crise de 2008 foi elevado para 40%.
Mantega disse que a alta do dólar incentivará a economia nacional, mas o ministro esquece que até bem pouco tempo a valorização do real era ferramenta importante para controlar a inflação. Acontece que o Palácio do Planalto está colocando todas as suas fichas no consumo interno como forma de minimizar os efeitos colaterais da crise da União Europeia. Apostar no consumo interno com a inflação em alta e o dólar subindo não é a melhor das receitas.
O mais estranho nesse redemoinho econômico é que nenhum petista ousou falar, pelo menos até agora, sobre a maldição que Luiz Inácio da Silva despejou no espólio deixado aos brasileiros. Lula, como sempre, é tratado como uma divindade. Mesmo assim, universidades ao redor do planeta concedem a ele, como se fosse um saco de pipoca, títulos de doutor honoris causa. Enfim…